Em 7 de agosto de 1945, jornais do mundo inteiro noticiaram a utilização de um "artefato nuclear" sobre a cidade japonesa de Hiroshima. À época, foi comum a notícia vir acompanhada de expressões como "extraordinário avanço da técnica" e "admirável demonstração do engenho humano". Incomum era ver jornais, naquele dia de agosto, que centrassem o ocorrido nas baixas humanas. Com o passar do tempo, inverteu-se a ótica, e hoje o "avanço da técnica" que a bomba representou a (quase) ninguém importa. A perda de milhares de vidas, isso sim, colocou-se no centro da história, que pode ser reescrita. Entretanto os jornais, impávidos colossos, não podem.
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Num momento em que se vaticina, sem parar, sobre o fim da imprensa escrita - quando não do livro de papel - qual é o sentido de se fazer um blogue sobre primeiras páginas de jornais durante uma Copa do Mundo?
Com o passar do tempo, talvez, nenhum - a não ser para pesquisadores que, de madrugada, pousam os olhos sobre aquilo que, n'algum dia, foi importante para pessoas que, às vezes, nem nesta vida estão mais. Justamente por isso o jornal continua sendo, talvez, uma das mais duradouras fontes para se tentar entender (ou às vezes, para se confundir de vez) uma época, para compreender as dimensões dos fatos que, depois, saltarão dos diários para as páginas dos livros de História.
A Copa de Papel não é um blogue sobre a Copa do Mundo, nem sobre a imprensa. É, sim, sobre a intersecção destes dois elementos, sobre as abordagens que, mesmo com a globalização, continuam tão diferentes de um lugar para o outro e, claro, sobre futebol.
Se o jornal e o livro em papel vão desaparecer, ninguém sabe. Ou quase ninguém - o futuro ao Polvo Paul pertence.
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